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Cartas do dia 27.02.2007

Texto de Heitor De Paola

Caro Heitor De Paola,  no seu texto A Colheita I, há 2 citações de declarações de MAG, uma no Le Monde e a outra sem especificação. Aonde elas foram publicadas originalmente e como encontrar estas publicações?  Grato!!  

João Paulo C. Vernieri  

Caro João Paulo:  Obrigado pelo contato.  Tente estas referências:    1. “La Nación”, Buenos Aires (Argentina), 5 de outubro de 2002.  2. “Le Monde”, Paris (França): “En privé, Lula, âgé de 56 ans, pense tout haut que l'élection est une "farce" et qu'il faut en passer par là pour prendre le pouvoir”.  3. “O Estado de São Paulo”, São Paulo (Brasil), 6 de novembro de 2000: “Quem é Marco Aurélio Garcia”.  

Heitor De Paola       

Sucessão em Cuba - Correção    

Nos meus artigos sobre a sucessão de Fidel Castro atribuí ao "Primeiro-Irmão" Raúl Castro o cargo de Ministro da Defesa, como consta em quase todas as publicações. Fui advertido pelo Historiador Carlos I. Azambuja de que este cargo não existe na estrutura governamental cubana. Ele está correto. A diferença, embora pareça sutil, é fundamental para quem conhece o pensamento revolucionário. Segue abaixo a qualificação oficial, extraída no "Sítio del Gobierno de la República de Cuba" http://www.cubagob.cu/default.htm     Raúl Castro Ruz Ministro del Ministerio de las Fuerzas Armadas Revolucionarias.Primer Vicepresidente de los Consejos de Estado y de Ministros.Segundo Secretario del Comité Central del PCC.Graduado de Enseñanza Superior Militar.Fecha de Nacimiento: 3 de Junio de 1931  

Heitor De Paola         

A Triste História de D. Zelite (outra fábula gramsciana)   

D. Zelite. Era assim que os vizinhos pobres de Mme Elite da Sociedade a chamavam. Mme Elite, por sua vez, era uma senhora rica e detentora de inúmeras posses. Ela morava em uma residência muito bonita e elegante que tomava todo um quarteirão no seu bairro. Lá, ela recebia com freqüência, em festas e saraus, diversos artistas e intelectuais, juristas, sociólogos e cientistas políticos. Nessas ocasiões, ela comentava a sua preocupação ao observar a crescente degradação e empobrecimento das pessoas que habitavam em sua vizinhança. Não raro seus doutos convivas a admoestavam dizendo que ela deveria se responsabilizar pelos seus vizinhos menos favorecidos, e que eles eram vítimas da injustiça social e um difuso sentimento de culpa amiúde a assaltava. Para aplacar sua consciência, de vez em quando ela chamava um ou outro vizinho para prestar algum serviço, ou então ela doava algumas roupas usadas, ou cestas básicas para alguém que estivesse mais necessitado. Essas iniciativas eram sempre incentivadas e aplaudidas, mas nunca eram consideradas suficientes. Seus amigos comensais diziam que na realidade ela deveria abrir mão das suas propriedades em favor daquelas pessoas. Mas para ser franco, Mme Elite não estava disposta a esse sacrifício. No seu íntimo ela sabia que de nada adiantaria ela abandonar as coisas que conquistara com seu trabalho e com sua iniciativa em favor de quem quer que fosse. Isso só faria dela uma mulher tão pobre como seus vizinhos. Ademais ela também era fiel pagadora dos principais impostos que o reino lhe cobrava: o imposto sobre os ricos e o imposto sobre o uso do dinheiro, que era coisa malvista e malvistos eram os que o possuíam. E assim Mme Elite foi levando sua vida. Passou a sair menos de casa, tamanha era a desordem que tomou conta das cercanias de sua residência. E ela tinha medo do olhar sempre ressentido que seus vizinhos lançavam sobre ela. Um belo dia, durante uma festa que Mme da Sociedade insistia em promover, ficou faltando bebida. As horas já iam altas e Mme Elite não teve outra saída a não ser ir ela mesma buscar cerveja num birosca perto de sua casa. Porém no seu caminho ela encontrou seu trágico destino. Seus vizinhos a odiavam tanto, que não hesitaram em atacá-la, estuprá-la, espancá-la, arrancar-lhe as vestes e subtraí-la de seus pertences. E foi largada nua no meio da rua em estado de choque! Todos os que se regalavam no regabofe assistiram a cena impassíveis. Ninguém saiu em seu socorro. Ao contrário, todos diziam que aquilo fora bem merecido e que toda a humilhação que sofrera era culpa dela mesma!  Moral da história: Não vejo moral nenhuma nessa história  

Wolmar Murgel Filho         

Quem está ajudando quem: Globo e a falsa solidariedade   

Os pais do menino assassinado João Hélio estão sendo usados pela TV Globo. Hoje (27/fev)darão um testemunho ao fim da novela "Páginas da Vida".Talves eles não percebam, mas estão ajudando a Globo e não o contrário. Estão sendo usados. Por que digo isto ? Porque a Globo é contra qualquer combate sério contra à violência. Demostrou isto várias vezes.Foi a favor do desarmamento dos cidadãos de bem; foi contra a idosa que, em legítima defesa, atirou na mão de seu assaltante; apóia e da voz a grupos como o "Viva Rio", que defendem os bandidos e criminalizam as vítimas; macula sistematicamente a imagem das polícias etc. As novelas de Manoel Carlos são um mal à sociedade. Sob o pretexto de realismo, só têm feito banalizar a violência, constestando os valores morais de nossa sociedade, fundamento da verdadeira paz. Talvez os pais de João queiram apenas um espaço para manifestar sua dor e revolta. Mas escolheram o veículo errado. Estão flertando como o inimigo. Pior: com um falso amigo.Tomara que o feitiço volte-se contra o feiticeiro --neste caso, contra a falsa solidariedade das organizações Globo e do novelista Manoel Carlos.  

Lincoln Meireles Tomaz

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