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Cartas do dia 28.12.2006

As milícias de autodefesa e seus perigosos desdobramentos

Vamos acompanhar o exemplo da Colombia, país no qual também existe a experiência da formação de milícias de autodefesa locais, formadas por cidadãos comuns, policiais militares, civis, guardas mucinipais e militares das três forças, que, unidos por um ideal de defesa de suas comunidades contra as Farcs e os traficantes de drogas, montam verdadeiras unidades de combate, armadas e adestradas em contrainsurreição, para manter a ordem nas suas comunidades e, inclusive atacar os inimigos onde eles estiverem, em operações de busca e destruição. Em 1968 foi aprovada uma lei que dava liberdade para formação de milícias paramilitares para enfrentar os guerilheiros e os narcotraficantes. Rapidamente se formam as milícias de direita que entram de cabeça no combate, primeiramente defendendo suas comunidades contra a presença do tráfico e dos guerrilheiros que cobravam pedágios de segurança e extorquiam os comerciantes e demais pessoas que aparentavam qualquer avanço de seu nivel social. Com o tempo e já com a lei revogada, as comunidades sob a guarda dos Paramilitares transformarm-se em verdadeiras fortalezas, com entradas guardadas por bunkers de concreto e arame farpado, armadas com armamento leve e, em alguns casos mais próximos da selva, com armamento pesado tais como metralhadoras .50 e morteiros de diversos calibres. Diante da ordem governamental de dissolvição, os diversos grupos de paramilitares negaram-se a se desarmar, resolvendo juntar-se e fundar, em 1997, as Autodefensas Unidas de Colombia (AUC), sob o comando de Carlos Castaño e do ítalo-colombiano Salvatore Mancuso.O quadro hoje é de combates entre as unidades do Exército Nacional Colombiano contra as forças paramilitares das AUC e as tropas das Farcs. É exatamente este quadro que nos inquieta, já que o fenômeno das milícias no Estado do Rio de Janeiro ainda é novo, mas já está se organizando e se expandindo, tomando efetivamente o controle das área de favela, antes dominadas pelo crime organizado, cadastrando seus moradores, identificando os que mantém vínculos com o tráfico e os punindo com a expulsão, tanto deles como de suas familias, isto acaba por transformar estas áreas em refúgios de paz dentro do grande mar de intranquilidade em que se transformou a área metropolitana do Rio de Janeiro.É fato comprovado que as Milícias, quando tomam posse de alguma área, “libertando-a”, mantém alguns hábitos oriundos de seus antigos ocupantes, tais como cobrar pedágio para a entrada de serviços essênciais, tais como entrada de caminhões de gás de cozinha, água, vans de transporte alternativo, táxis e em alguns casos de atos criminosos, como o “gatonet” de TV a cabo, os postos telefônicos clandestinos, as centrais de internet clandestinas, que passam para sua administração direta. Não é o caso de somente dar brilho aos seus atos na mídia, como fez o Prefeito do Rio Sr. Cesar Maia, sem, no entanto, enviar o poder público para assumir a área, é questão de tomar posse da iniciativa de desalojar o poder do crime organizado e dentro da lei. Há o perigo de trocarmos um senhor pelo outro, sem que tenhamos aproveitado a oportunidade única de se poder manter estas comunidades “libertas” sob a tutela do estado. É hora de mandarmos para equipes do estado, levando infraestrutura de esgotos, água, telefonia, iluminação, policiamento, saúde e educação, tudo sob mutirão, empenhando os moradores na reconstrução de suas comunidades que tanto sofreram sob a batuta do crime organizado. É Hora de reconstruirmos a cidadania e orgulho destes cidadãos, que unidos, conseguiram o impensável, o impossível, que era livrar-se do poder do tráfico de drogas. É hora de se calçar as ruas, construir rede de esgotos e água, de se construir casas de alvenaria, ao invés de barracos, de se levar o comércio a se expandir, ao invés de cobrar-lhes pedágio. É hora de o novo governo que irá assumir em 2007 pensar no que realmente queremos para nosso estado, se queremos uma nova face, radiante e feliz, ou somente uma nova máscara para os mesmos crimes.

Yurgen Haltz

    
    
    
    
Se julgamento de Sadam fosse no Brasil


Meu caro Cândido Prunes, vc desperdiçou tempo e linhas para relatar os caminhos da nossa justiça. No caso em questão, seria ainda mais fácil. Basta que Sadam se filia-se ao PT. Acobertado pelo poder acabaria em nada como todos os casos já sabidos e por demais conhecidos. E olha, se candidato a qualquer coisa ganharia fácil e no primeiro turno.

Antonio Carlos Serde

    
    
    
    
Censura a Janer Cristaldo

Esse articulista está completamente destoado da linha editorial de Mídia sem Máscara, que é criticar a imprensa anticristã e anti-clerical. Janer Cristaldo tem artigos que dizem basicamente o mesmo que essa grande imprensa. E não publicá-los não é censura, nem totalitarismo. Ele pode falar que estão trazendo de novo a Inquisição, o Granma, mas pedir que artigos que em pouca coisa concordam com um media watch sejam tirados dele me parece bastante razoável.

Pedro Afonso

    
    
    
    
Manipulação

Olá.Estava fazendo uma pesquisa sobre direita e esquerda na net, o q me levou até o site de vocês. O nome do site me atraiu bastante, mas qdo eu comecei a ler...estranhei demais. Vcs falam q a mídia no Brasil esta servindo a esquerda. De q mídia vcs estão falando? Da Globo? Da Veja? Da Folha de S. Paulo? Pq mídia esquerdista, tirando a Carta Capital, é rara de se encontrar, viu? Sem contar alguns artigos, que além de serem direitosos demais, são altamente preconceituosos. O q é uma pena, pq estava procurando uma informação mais clara e menos passional. No final das contas, vcs são iguaizinhos aos jornalistas do "Opinião Socialista", porém de tendência oposta, ou seja, fanatismo demais e informação de menos. Uma pena mesmo. Lamentável!

Valter Junior

Prezado Sr. Valter:

Gratos pelo seu contato.

O sr. vai precisar fazer muitas pesquisas, não só para conhecer o que é esquerda e direita, mas para saber o que é mídia. Sem isso, você vai continuar argumentando na base da pura fantasia e continuará afirmando que a mídia brasileira não possuí viés esquerdista - o que é bem diferente de afirmar que ela é toda de esquerda, algo que este MSM nunca fez - o que reforça a impressão de que o sr. precisa também aprender a interpretar textos, além de se informar sobre assuntos que não conhece. Só impressões patológicas, na base do "eu acho que" é muito pouco para tentar discutir o assunto.

Atenciosamente,

Editoria MÍDIA SEM MÁSCARA

    
    
    
    
Aposentados

Quanto à polêmica entre o Prof. Peter Hof e missivistas, particularmente na sua resposta ao militar que lhe escreveu, gostaria de dizer: trata-se de um debate necessário e de muito bom nível; é, por natureza, um assunto dificil já que além de envolver questões técnicas e atuariais, desperta sempre receios e inseguranças; os cálculos de capitalização apresentados na troca de mensagens demonstra que uma previdência privada sob boa regulamentação seria vantajosa para todas as partes. Mas, entre nós, convenceu-se o respeitável público que o poder público é moral e privatizar é imoral. Se o Prof. Hof quiser, posso lhe apresentar inúmeras aposentadorias integrais em estatais, abaixo dos 43 anos, sob a duvidosíssima alegação de risco ambiental com direito a contagem especial. O recorde que conheço é 37 anos e sindicalista, é claro.

João Nemo

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