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Cartas do dia 22.12.2006

De quem é a culpa pela falência da previdência?


Prof Peter Hof

Achei de extrema leviandade a sua atitude “duplipensante” de colocar os militares no mesmo saco dos privilegiados pela previdência que nunca contribuíram. Sou oficial do Exército e contribuo com 11% do meu salário bruto para a previdência oficial, sendo que 7,5% vão para o fundo de pensão militar. Contribuo acima do teto sem a certeza de não perderei o direito de receber pelo que estou pagando, na próxima reforma da previdência.Como sou estudante de economia resolvi fazer uma simulação interessante, calculei o montante que um oficial teria capitalizado se pudesse aplicar o valor referente a seu desconto, somado ao que seu “empregador” também deveria recolher. Pra simplificar os cálculos considerei que recebêssemos e descontássemos a carreira toda como capitão (valor médio de salário, ao longo da carreira de quem não sai general) e apliquei um juro composto de 7% ao ano (menor rendimento real pago pela média dos títulos da dívida pública, desde que foram abertos para pequenos investidores). O resultado daria um montante capitalizado pouco superior a um milhão de reais, depois de trinta anos. Isso seria o suficiente para pagar 92,7% do salário de um coronel (não considerei 100% porque continuamos descontando pensão militar após irmos para a reserva) por mais três décadas, pois o dinheiro continuaria sendo aplicado e rendendo mensalmente. Como um oficial, que não chegue ao generalato, se aposenta em torno dos cinqüenta anos e são raros os que passam dos 80, nossa previdência seria plenamente superavitária se adotássemos um modelo racional de capitalização individual. Caro professor, estamos no mesmo barco dos aposentados que não são perguntados se querem descontar pela previdência oficial ou ficar com o dinheiro. Eu não confio em direitos que possam ser caçados pela primeira emenda constitucional, pois pude ver a dura realidade do meu avô, um médico que acreditou que suas duas aposentadorias pelo teto lhe dariam uma velhice tranqüila e em seus últimos dias, doente e sem poder trabalhar, teve que contar com o auxílio financeiro da família e de amigos. Por isso estou tratando de fazer meu pé de meia, tendo sempre em mente que no Brasil, segurança é sinônimo de liquidez. Nenhuma aplicação que não possa ser resgatada a um click do mouse é realmente segura nessas terras tupiniquins. Acho que, pelo título do seu texto, o senhor pode ter uma idéia do que deve sentir alguém paga por um direito incerto e ainda é acusado de responsável pelos males da nação. Por sinal, responsabilizar os militares por todos os males já é um clichê velho, mas eu não esperava vê-lo reproduzido nesse veículo.


Alexandre Magno Deveza Pereira

Senhor Pereira,

Em primeiro lugar não coloquei os militares em um “mesmo saco” dos privilegiados pela previdência. Se o senhor reler meu artigo com mais vagar e isenção vai ver que fiz uma análise do que ocorre no regime de aposentadorias no país. Nada tenho contra os militares, por sinal sou 2º. Tenente R/2, e tenho orgulho dos três anos em que servi minha Pátria no Exército. Agora também não posso me sentir confortável vendo um militar, que estudou gratuitamente, às expensas dos contribuintes, ir para casa aos 43 anos de idade. Em 34 anos de vida profissional não conheci nenhuma pessoa do setor privado que tenha se aposentado aos 43 (salvo, claro, por motivo de saúde). Dos vários amigos militares que tenho, alguns graduados na ECEME, com exceção de um que chegou ao generalato, todos os outros chegaram, no máximo, aos 50 anos de idade vestindo a farda.

Se o senhor ler a carta do leitor Dartagnan Zanela, publicada ontem no Mídia Sem Máscara, verá que ele mostra claramente que gente como eu, que contribuiu por 34 anos para a Previdência, sempre pelo máximo, se aposenta com  R$ 1.300,00. Funcionários Públicos, inclusive os militares, recebem seu benefício calculado com base na remuneração do último mês de trabalhado. Já nós, que um dia optamos pela iniciativa privada, temos nossa aposentadoria calculada na média das últimas 36 contribuições. Observe que na carta do citado leitor a média das aposentadorias pagas nos diversos setores é:

A - Valor médio da aposentadoria no setor privado: R$ 374,89.

B - Valor médio da aposentadoria no Legislativo: R$7.900,00

C - Valor médio da aposentadoria no Executivo: R$2.272,00

C - Valor médio da aposentadoria no Judiciário: R$8.027,00

C - Valor médio da aposentadoria dos militares:R$4.265,40

Seria interessante que se tivesse a média de idade em que se aposentam os brasileiros, sejam eles civis ou militares, e aí se veria que os “comuns dos mortais”, aqueles que recebem, em média,  16% do valor que é pago a um funcionário do Executivo, sempre se aposenta em idade mais avançada.

O que eu quis demonstrar, e as informações do senhor Zanela vieram corroborar o que escrevi, é que existe uma grande desigualdade entre descontos salariais e benefícios.

Quanto ao seu cálculo é bastante interessante e muito similar ao feito pelo colunista Luis Nacif (jornal O Dia, RJ, 20/12/06, pág. 21). Dele retiro um exemplo: quem contribui com R$ 300,00 mensais por 30 anos, se em vez disso tivesse aplicado o montante a uma taxa de juros de 6% ao ano,   teria uma aposentadoria mensal de R$1.731,00,  até completar 80 anos de idade. Como o senhor pode ver o problema atinge a todos.

Mais uma vez: o que quis mostrar, e o senhor certamente não entendeu, é que, atualmente, os dirigentes deste país estão fazendo uma análise simplista e de forma global, quando o absolutamente necessário é dissecar o problema em suas partes e analisá-las uma a uma, em vez de, aí sim, com “extrema leviandade”, jogar a culpa em alguém que sempre fez tudo com disciplina e espírito cidadão.

Atenciosamente,

Peter Hof

 

 

FELIZ NATAL

Feliz Natal e maravilhoso Ano Novo para a equipe do MSM!!! Que Deus sempre abencoe e ilumine vocês que são uma luz para nós!!!

Verena Ramos




MSM deve dar mais espaço para cultura e artes

Equipe MSM,Parabéns!

Vocês são fantásticos. Leio o site diariamente.O artigo sobre o cineasta Sokurov reacendeu meu desejo de ler mais críticas culturais e artísticas no MSM, que ofereçam alternativas em relação à ortodoxia esquerdista-marxista. Sempre achei, p. ex., Eisenstein um chato, e Tarkovski muito superior ("Andrei Rublev" é meu filme favorito). Mas o espaço dedicado ao primeiro é sabidamente muito maior que ao segundo, graças ao nível degradante a que chegou nosso debate cultural.Que tal a sugestão?

Abraços


Pablo Costa




Felicitações

Senhores,

É com imensa satisfação que, orgulhando-me de ser assinante recente desta publicação "Mídia Sem Máscara", envio-lhes meus cumprimentos e votos de Feliz Natal e Magnífico e Produtivo Ano Novo! Continuem com a excepcional qualidade, a firmeza de sempre e a coragem sem limites, a lutar pelo Bem, pela Verdade, pelo Ser Humano e pela Verdadeira Paz da Humanidade.


Luiz Fernando Garcia de Oliveira



Sobre um erro - Ipojuca Pontes

Gostaria apenas de apontar uma pequena incorreção que, a bem da verdade, em nada afeta o excelente artigo de Ipojuca Pontes - Dostoievski, Lenin e Os Demônios, de 18/12. A editora que tem publicado as traduções das obras de Dostoiévski pelo senhor Paulo Bezerra chama-se, na verdade, Editora 34. Atenciosamente,


Gustavo Nagel



Natal

Feliz Natal a todos os que fazem o MSM e um ano novo cheio de felidades e realizações. Desejando que este instrumento de debate e consolidação de idéias, possa continuar mais e mais se aperfeiçoando, firmado na boa dúvida, não aquela que paraliza os covardes, mas na que mantém a prontidão para eventuais correções de posições e mantém acesa a chama da liberdade na busca do supremo bem.

Um forte abraço

Ricardo Augusto Dourado Figueiredo

 

Islã

O Sr. Caio Rossi não pode afirmar que o Alcorão reconhece a validade da revelação cristã, porque este livro diz textualmente: Deus nunca teve nem terá filhos. Negar a filiação divina de Jesus é não validar o cristianismo.


José Artur Silva

 

Para Caio Rossi

Acredito nas palavras que você disse sobre o islã reconhecer que os cristãos e judeus receberam uma revelação de Deus, mas atualmente os muçulmanos radicais conseguem influenciar os moderados a ignorar esse reconhecimento. Não se pode ignorar os fatos e simplesmente aceitar que, o que está escrito é o que rege a crença do povo.


Marcelo Costa


Caio Rossi

Podem ter havido pensadores moderados influentes no islã, no passado. Mas atualmente é até perigoso para um pensador mulçumano mostrar-se realmente moderado.É bastante evidente que um grupo de fanáticos, montados na grana, domina o panorama islâmico atual.


Renato Souza

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