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Cartas do dia 16.10.2006

Liberalismo

Li o artigo do colunista João Luiz Mauad em defesa do Liberalismo. Gostaria que o colunista explicasse melhor duas questões que ele colocou mas sem detalhar. O que seria afinal uma reforma trabalhista séria e radical, e a burocracia estatal, que vem engessando, há anos, o pleno desempenho da atividade empresarial no país.


Murillo Moreno


Prezado Murillo,

Uma reforma trabalhista séria e radical seria aquela que desonerasse o trabalho formal e as demissões, além de acabar com o paternalismo do Estado sobre o cidadão.  Eu começaria extinguindo o tal sistema S - Sesi, Sesc, Sebrae, etc -, uma excrecência paraestatal que consome contribuições que somam nada menos que 5,8% do valor bruto dos salários pagos pelas empresas e cujo retorno em termos de serviços para a sociedade é altamente questionável.   A extinção da multa rescisória por rescisões sem justa causa e do aviso prévio indenizado são duas decisões que precisam ser analisadas com urgência.  A existência desses dois dispositivos desestimula as novas contratações, além de premiar a ineficiência.  Adicional de férias é outra coisa que não faz o menor sentido.  O fim da justiça trabalhista é outra medida necessária.  O contrato de trabalho é um contrato como outro qualquer e deve ser julgado na esfera civel.   

Quanto à burocracia estatal, falo dos inúmeros entraves burocráticos que travam e oneram as atividades que qualquer empresa formalmente estabelecida.  Por exemplo: no Brasil, são necessários, em média, 152 dias para abrir uma empresa.  Em termos de licenciamento operacional, são precisos exatos 19 diferentes processos, que consomem nada menos que 460 dias, para se conseguir obter todas as permissões determinadas pela burocracia pátria para se colocar uma indústria em funcionamento.

Para mais detalhes, sugiro a leitura do Relatório "doing business" do Banco Mundial, no seguinte site: http://www.doingbusiness.org/, ou o meu artigo "Diga-me com quem andas e te direi quem és": http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=4149

Atenciosamente

João Luiz Mauad
 

Debate na Band: colunista do MSM é parcial

Prezado Senhor Alonso Alvarez,

Permita-me manifestar minha opinião em relação ao seu comentário do dia 12 corrente, sobre o artigo “Debate na Band: colunista do MSM é parcial”. Por que EU não voto no PT? Porque apoiar um partido que defende o “socialismo cubano”, significa SER CÚMPLICE das aberrações cometidas por Fidel Castro. Desta forma, eu estaria me sentindo responsável pelo sofrimento, humilhação e desgraça do pobre povo cubano. Quero morrer sem esse peso na consciência. Afinal, meus princípios morais e éticos jamais me permitiriam adotar tal postura. Quanto mais apoio houver ao regime socialista cubano, mais o povo sofrerá.

Veja bem, está é a minha opinião.

Grande abraço


Jair Cini

  
  
 
Sobre as revistas semanais

Completando o recado iniciado pelo discriminado leitor Rui Costacurta, a respeito de duas capas para Alckmin em Época e Veja entre as votações de 1º e 2º turnos: além de serem das mais lidas entre os formadores de opinião, veio a reboque delas, sob pretexto do marketing, a instalação de outdoors – ditadura econômica –, num subterfúgio de esperteza para acrescer propaganda política em raro momento de reflexão política do eleitorado (ou alguém desconhece a repentina hipervalorização de um voto indeciso neste momento de quase empate técnico?). Publicar meu humilde e breve recado fica agora "a critério da Editoria".

Enfim, tanto faz.


Mauricio Azevedo


Gratos pelo seu contato.

É lamentável a mania que alguns leitores do MSM têm de bancar a vítima quando recebem respostas desta Editoria que não sejam de seu agrado. Mensagens auto-piedosas como a do Sr. e de outros leitores demonstram a precária maturidade de algumas pessoas, incapazes de estabelecer um diálogo produtivo, preferindo partir para a choradeira e reclamações sem sentido.

Sobre as duas revistas, quando ambas davam amplos espaços para divulgar positivamente o governo federal – ou será que transformar um tipo suspeito como o ex-ministro da Fazenda num “exemplo de sobriedade e capacidade” não é divulgar positivamente o governo? - e se omitem em relação ao fato de o presidente fazer parte do Foro de São Paulo, o Sr. e muitos outros leitores de memória seletiva não devem ter reclamado. O problema, no final das contas, é a velha mania dos adeptos do partido governista de viverem num completo mundo de fantasias, achando-se pré-destinados que não podem nunca ser contrariados, e quando isto acontece, se comportam como vítimas de conspirações, revelando a sua imaturidade e falta de bom senso.

Atenciosamente,

Editoria MÍDIA SEM MÁSCARA
 

Campanha 2° Turno no RS

O PT gaúcho e seus intelectuais deveriam se tratar com psiquiatras. A esquerda não abomina conceitos como nacionalismo, regionalismo e origem? Aliás, não atira tudo isso no fosso comum do “ufanismo”, que as universidades intoxicadas com sua ideologia, tanto criticavam? A tal solidariedade de classe não é seu valor mais sacro? Pois bem, não é que agora Yeda Crusius tem sido atacada pelo PT local por, simplesmente, ter nascido em SP e não ser de origem gaúcha. Está se apresentando por aqui a imagem de Olívio Dutra, como um “taura” gaúcho autêntico, esquecendo-se que a intelectualidade petista das universidades, exorta jovens estudantes sem cérebro próprio, a escarnecer e combater os movimentos ligados ao MTG, e por conseqüência o Tradicionalismo e a Semana Farroupilha. Não tivesse presenciado com meus próprios olhos a oposição que o gauchismo sofre da esquerda acadêmica, diria que tudo era boataria. Mas então vejo o PT vendendo Olívio aos gaúchos como uma espécie de “messias” das práticas rio-grandenses e a defender valores que a intelectualidade petista destroça diariamente em nosso sistema educacional que me pergunto, quem estará louco por aqui?


Alexandre Kich

  
  
  
 
O exemplo de Delfim

Tenho lido os artigos do colunista Nivaldo Cordeiro e dentro do possível concordo com seu pensamento. Mas esta do Delfim Netto ter perdido a última eleição para deputado federal porque aliou-se ao candidato-presidente, virando um esquerdista, vou discordar totalmente.O Delfim aliou-se a Lula intencionalmente, com o objetivo único ganhar as eleições. Percebeu que (Lula) estava bem cotado e que iria ganhar as eleições já no primeiro torno ficar junto a ele e até aparecer na mídia cooptando as idéias do PT. Não espere honestidade em políticos, eles são capazes de vender a própria mãe para continuar no poder. E o Delfim não foge à regra, e porque fugir? O Brasileiro tem por hábito votar em candidato e não em partido. Se fosse de outro modo,  não seriam eleitos Frank Aguiar, Clodovil e outros. Quanto ao IPTU não vou tecer comentários todos já sabemos que o Brasil é o país dos impostos com um dos piores (des)serviços do mundo.

Cordialmente,


Luiz Carlos Pontes
 
 
 
Vocês só batem no Lulla?

Como pode um portal que se diz Mídia Sem Máscara ter em sua página principal críticas somente ao candidato Lulla que foi aliciado por este mesmo sistema ao qual pertence o candidato Alckimin, FHC entre tantos.


Nilton Perroni


Prezado Sr. Nilton:

Gratos pelo seu contato.

O MSM há bastante tempo denuncia o mar de lama que tomou conta do governo brasileiro, não tendo começado a fazer isso nos últimos meses, apenas por motivos eleitorais, mas há pessoas que não conseguem perceber este fato e acham que é tudo por causa da eleição presidencial.

O MSM também denunciou em inúmeras oportunidades o que entende ser as responsabilidades do PSDB pela situação na qual o país se encontra, mas, há bem da verdade, não há termo de comparação entre o candidato Alckmin e o representante do partido governista, pois os níveis de corrupção, hipocrisia, e gangsterismo onde o governo nacional foi jogado são simplesmente inéditos. Uma coisa é falar de vestidos, outra, bem diferente, é do desvio de milhões e milhões dos cofres públicos. Quem acha que ambas as coisas são iguais, como se a aquisição de alguns vestidos fosse igual à participação do presidente da República numa organização de criminosos internacionais como o Foro de São Paulo, sinceramente, está precisando fazer um exame de consciência ou talvez psiquiátrico.

Comparações estapafúrdias que colocam no mesmo grau o emprego da filha do candidato oposicionista numa loja de luxo acusada de sonegação fiscal, com o enriquecimento assombroso e mais do que suspeito de um filho do presidente-candidato, representam um exemplo do que a mídia brasileira chama de “isenção”, onde um oceano de lama político não pode ser devidamente informado ao público, sem que o outro lado também tenha alguns  esqueletos no armário, tornando a tal isenção midiática sinônimo de desinformação, relativismo moral ,falta de senso de proporções, quando não mentira pura e simples mesmo.

Atenciosamente,

Editoria MÍDIA SEM MÁSCARA.
 
 
 
A reviravolta dos hipócritas da Carta Capital

Para quem leu os textos "O repasto dos hipócritas" e "A reviravolta" do site Carta Maior, fica a impressão de que há algo errado nas explicações dos Lulistas.

O primeiro, intitulado "O repasto dos hipócritas" fazia menção ao caixa dois. Dizia que todos os partidos o fazem. Mas sublinhava os anos de dificuldade do PT, ante os partidos "de elite", que sempre usaram desse expendiente. Só esqueceu de esclarecer um ponto: Em que dia, precisamente, o PT assumiu a postura "das elites", usando do mesmo "artifício"? Será que foi da noite pro dia? Uma descoberta das últimas eleições? Ou desde sempre? ... A propósito, devemos lembrar que, dos crimes cometidos, o caixa dois foi provavelmente o menor. Não houve uma única menção à compra do legislativo, às negociatas de Lulinha com a Telemar, ao uso de dinheiro público para confeccionar livrinhos do PT nas vésperas das eleições, etc...

O segundo texto na verdade é uma carta de um assumido petista que levanta a possibilidade de uma armação no caso do dossiê. Como se pudéssemos dar crédito ao que fala um corruptor pego em flagrante, ele defende que o tal Gedimar AGORA mudou de idéia, e não mais associa o outro tal Freud ao crime. No mínimo estranho que um delinqüente mude sua versão dos fatos dias e dias após o ocorrido.

Vale ressaltar que a publicação da foto foi feita contra a ordem de um diretor da PF, mas é ação corriqueira em flagrantes dessa natureza. Faltou novamente uma explicação, dessa feita não muito simples de ser dada: De onde veio a montanha de dólares e reais que seria usada para a compra do falso dossiê? Da oposição? Ante as duas posturas dúbias dos governistas, a de assumir um mal menor, para colocar em baixo do tapete crimes maiores e outra de negar o crime cabal, flagrado pela PF, interpreto sua atitude como vinda de pessoas confusas, ou inteligentes(espertas) demais...Achei que as duas estratégias poderiam ser aqui condensadas, sob o título " A reviravolta dos hipócritas".

Juntando os dois, dá pra compreender a chacota a que somos submetidos com tais explicações.


Eduardo Augusto dos Santos Monteiro

 

Prezado Sr. Eduardo:

Gratos pelo seu contato.

Há alguns anos, numa entrevista televisiva ao jornalista Paulo Henrique Amorim - aliás, outro que nunca escondeu suas simpatias pelo partido governista -, o proprietário da Carta Capital reclamava até não poder mais pelo fato de sua revista "não receber verbas de propaganda do governo FHC", ao contrário do que estaria então acontecendo com outros órgãos de mídia. Questionado porque se achava em condições de receber as tais verbas, respondeu algo do tipo "minha revista é a voz fiscalizadora do governo, a voz crítica". Agora, pelo visto, o senso crítico foi escondido em alguma gaveta ou jogado na mesma lata de lixo onde o partido governista atirou a  "ética" na política que supostamente seria seu guia maior - e que depois, como todos puderam ver, era a ética da cueca com dólares - e a Carta Capital demonstra, no final das contas, para que servem as tão choradas verbas estatais: defender até as raias do ridículo o governo mais deplorável da história do país.

Atenciosamente,

Editoria MÍDIA SEM MÁSCARA

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