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Cartas do dia 16 e 17.08.2006

À Editoria: ainda Collor e Lula
enviada em 17/08/2006

Eu não neguei o óbvio: a esquerda teve participação ativa nos movimentos populares que influíram na queda de Collor e hoje não há nada parecido.Apenas gostaria de ressaltar que não concordo com o texto do Prof. Olavo - principalmente tendo em vista o artigo do Sr. Ipojuca Pontes - de que o Sr. Collor foi uma vítima de forças pouquíssimo ocultas. Isso é o que cheira a teoria da conspiração para mim.Outro ponto: onde em meu texto eu afirmei que a punição do atual presidente implica na reparação do outro?Não, o problema é que o texto nos conduz ao raciocínio de que uma mesma "injustiça" tem conseqüências diferentes para um e outro político que representariam espectros antagônicos de duas forças ideológicos mas que, na verdade, nada mais são do que as mesmas fezes que a que a nossa subcultura política produziu.Primeiramente, defendo que Lula seja punido nos exatos termos de sua responsabilidade e concordo que é revoltante que os supostos principais interessados - a oposição - não tenha se valido dos mecanismos constitucionais necessários.Em segundo lugar, acho um absurdo que Collor não tenha sido punido judicialmente - o que apenas testemunha contra a consistência do trabalho do Sr. Aristides Junqueira (então Procurador-Geral da República e atualmente advogado financiado pelo mensalão) - principalmente se levarmos em conta que a República das Alagoas deixou seu rastro de corpos e até hoje o irmão mais velho do ex-presidente, condenado por ter sido um dos compradores do Dossiê Cayman, reclame que não foi pago pelo dinheiro que emprestou ao Sr. Fernando Collor. Aliás dinheiro que viria de contas da Suíça e que, em tempos de perseguição a doleiros, seriam repatriados com a ajuda do sobrinho Marcos Coimbra, dono de uma consultoria de pesquisas sediada em Belo Horizonte, e que teria influência no governo federal para que isso ocorresse (ver a matéria "Negócios em Família II" disponível no site da revista "Isto É" do dia 06/04/2005 - notem a data), citando:“Marcos Coimbra tem amizades muito poderosas na cúpula financeira do Partido dos Trabalhadores, incluindo-se aí o próprio tesoureiro, Delúbio Soares. E que o dinheiro na Suíça seria liberado mediante o pagamento de uma polpuda comissão, que poderia girar entre 40 e 50%.” Por fim, apenas para reflexão: se a denúncia do Procurador-Geral de Justiça atual não for julgada procedente isso implicará na negação a (ir)responsabilidade política do Sr. José Dirceu? Portanto, a cada criminoso sua punição - e ambos são criminosos. Lógico que o molusco é muito mais perigoso que o outro, um amador de ações condizentes com a prática política de séculos passados.

Atenciosamente
Leandro Vila

Os iguais desiguais
enviada em 16/08/2006

Espero sinceramente que o artigo do Prof. Olavo de Carvalho não traga esse absurdo que apreendi.Ao comparar Lula e Collor, o articulista parece, implicitamente, fazer-nos crer que a "injustiça" seria reparada com a reabilitação do "caçador de marajás" e a punição do molusco.Desculpe-me, professor, mas o raciocínio é errado. Ambos são exemplares perfeitos do perfeito imbecil político que conseguimos gerar - paternalismo, pessoalismo, populismo, autoritarismo e irresponsabilidade política.A presunção da inocência é um primado da cidadania, no âmbito penal - não vamos misturar política ou estupidez ou nada mais se fará nesse país do que passar um atestado de inimputabilidade a qualquer pretenso idiota.A única diferença entre os dois é a extensão do danos. E o primeiro não foi derrubado somente por um golpe de filo-esquerdista - era inepto e venal, sim - ou daqui a pouco os cadáveres da República das Alagoas serão silenciosos e passionais como os de Santo André, ou vice-versa.

Bandido é bandido, mocinho é mocinho - sem necessidade de teoria da conspiração.

Leandro Vilas

Prezado Sr. Leandro:

Gratos pelo seu contato.

Onde, exatamente, está escrito que punindo-se Lula os eventuais erros contra Collor seriam reparados? Uma coisa não tem nada a ver com a outra, e o sr. está lendo o que não foi escrito. O que está escrito, isso sim, é que as acusações que pesaram contra o ex-presidente nunca foram comprovadas na justiça. Também não é possível ignorar que esquerda esteve por trás das ditas "pressões populares" que serviram como desculpa para a remoção do ex-presidente de seu cargo, e isso não é teoria da conspiração de maneira alguma.  Também é importante lembrar que hoje são cometidas, pela administração federal e seu representante maior, faltas infinitamente mais graves, sem que exista movimentação semelhante a que ocorreu na época de Collor e que serviram de desculpa para o processo que terminou com a renúncia do ex-presidente.

Atenciosamente,

Editoria MÍDIA SEM MÁSCARA

Responsabilidade sexo-sócio-ambiental
enviada em 16/08/2006

Apesar de dito no artigo - excelente aliás - não o foi com toda a ênfase que merece: A tal da responsabilidade social pretende distinguir entre os "maus" empresários e os "bons" empresários. Os maus são aqueles que não patrocinam as causas esquerdistas. Além disso, como bem notado no artigo, a tal da responsabilidade social destrói o princípio fundamental de que o lucro sic et simpliciter é o que assegura as decisões mais razoáveis e produtivas dos indivíduos sem necessidade de qualquer Estado-babá ou de supervisão da vontade do consumidor. Não se pode deixar de notar também que a resposabilidade social é uma espécie de socialismo light. Tal como este é a caridade praticada por profissionais com o dinheiro dos outros, com as prioridades escolhidas pelos profissionais e não pelos doadores e com preocupação primeira na manutenção dos profissionais da caridade. No fim das contas, da mesma forma, alguns indivíduos recebem fortunas para fazer seus "trabalhos sociais" - levam os louros sem os ônus - e fazem avançar suas "causas progressistas", tudo bancado pelo "capitalismo selvagem". Há tempos, esperava ver alguém escrever sobre a abominável "responsabidade social". O articulista e o MSM supriram a lacuna. Parabéns.
Pedro Paulo Reinaldin

Pronunciamento da Juíza Drª Marli Nogueira
enviada em 16/08/2006

Recebi por e-mail o pronunciamento da Juíza Drª Marli Nogueira e fiquei admirado com a coragem de V Exª. Nesta oportunidade permita-me cumprimentá-la e dizer que estamos aqui na Amazônia, fazendo exatamente o que V Exª coloca em seu pronunciamento.A V Exª os nossos mais sinceros respeitos.
Carlos Alberto Lima

Mudança e curso de alfabetização
enviada em 16/08/2006

por que voce olavo e sua corja não se mudam para os states (sic)? por não divulgam as mensagem (sic) que repelem voceis (sic)?
Ageu Ferreira

Prezado Sr. Ageu:

 

Gratos pelo seu contato.

 

E que tal se você se mudasse para dentro de alguma escola - não precisa ser muito boa não, pode ser um supletivo noturno mesmo -, para ver se pelo menos aprende um pouquinho de língua portuguesa antes de tentar escrever alguma coisa? Dessa maneira, quem sabe no futuro, nós poderemos pensar que o sr. é apenas um tolo que escreve bobagens, e não um tolo que escreve bobagens e também é semi-analfabeto.

 

Atenciosamente,

 

Editoria MÍDIA SEM MÁSCARA

Segundo mandato?
enviada em 16/08/2006

Prof. Olavo,

Boa noite.

Sua "pústula" foi tão bem construída e redigida, que chega a dar nojo, pois nos obrigando a ver, com toda precisão, o infinito mas de corrupção que assola o Brasil, mas que tem raízes profundas neste partido de bandidos, aliados de quadrilheiros e fundamentalistas, não só daqui, mas de outras partes do globo. O quadro de irreflexão e paralisia crítica é tão profundo,  que impregna não somente a minha geração, mas todo um conjunto social que fica apático e sem ação diante das monstruosidades administrativas que transformaram as editorias de política em corriqueiras páginas policiais. Tudo isso agora é normal! Um ministro de Estado planejar uma quebra de sigilo bancário, é tão normal quanto o Brasil ter, segundo o Anão sem Dedo, "7 milhões de fronteira marítima e 9 milhões de fronteira terrestre". O nosso país não é apenas um terra de um Presidente despreparado, cínico e incompetente: é a República do Absurdo, onde o macaco que não vê, não ouve e quando fala, só diz merda, ruma para o segundo mandato.
Marcelo Baglione

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