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Cartas do dia 24.03.2007

Ganhar 8mil é herói e professor ganhar 240,00 é o quê?

SE “GANHAR 8 MIL É SER HERÓI”, PRESIDENTE E COMPANHEIRO, O QUE É O PROFESSOR APOSENTADO EM SP COM 248,00 ? !!! Sou professor estadual concursado em SP, titular de dois cargos (Português e Inglês), com aposentadoria compulsória há cinco meses. Tenho curso de Letras, Pedagogia, Jornalismo, Mestrado em Ciências da Educação, Filosofia no México e EUA. Para que tudo isso? Orgulho-me de ser Professor, Educador, Jornalista e eterno discípulo - mas não do salário. Ganhava (honestamente) cerca de 1.200,00 em cada um dos cargos (miséria em vista de deputado que não tem curso algum). Agora, aposentado, estou recebendo 248,00... Nem salário mínimo ! Estou brigando pelos meus direitos – de que nem seria preciso. É uma vergonha, uma insensatez e muita injustiça ! Depois de anos servindo ao Estado, o professor sai com uma mão na frente e outra atrás“ - (não põe a mão no Fundo) -, sem nunca ter sido registrado e sem direito a um Fundo de Garantia. Foi (e continua sendo) explorado o tempo todo e, ainda, acusado de responsável por tudo que há de errado na Educação. Para todo bom político, a Educação é sua plataforma. Qualquer empregado registrado tem direito a benefícios; o patrão é obrigado a registrá-lo e, no final, pagar-lhe direitos trabalhistas, Fundo de Garantia etc. Por que o Governo Estadual pode exigir (dos outros) o cumprimento da Lei e ele - ardilosamente - manipula a Lei Federal a seu favor para negar direitos trabalhistas ao Professor (tão mal remunerado)? Educar não é fácil. Educar - com responsabilidade - é um processo contínuo de aprendizagem e de dedicação. A Educação, no Brasil, caminha para seu aniquilamento e desmoralização, paralela aos costumes e à moral. A qualidade do ensino-aprendizagem foi subestimada pela burocracia utópica. Obrigação de ir à escola, integrar-se ao “clubinho de amigos” com direito a ventiladores, merenda balanceada, serventes, banheiros limpos; livros, mochilas; ganhar computador (e não poder usá-lo); amontoar-se em sala de aula, danificar (impunemente) o patrimônio, com o privilégio de ter dúzia de professores/as-babás (expiatórios) com nível universitário à sua disposição e, simplesmente, passar de ano isso não é Educação levada a sério ! Infelizmente - é triste ter a coragem de dizer -, estamos formando marginais para o futuro do Brasil, contribuindo com o elevado índice de ociosidade escolar, de irresponsabilidade, de criminalidade, de desrespeito social e com a degeneralização dos costumes. Os bons alunos reclamam uma profunda transformação visando ao seu futuro como cidadão e de patriota consciente. O futuro do jovem, da família e do professor é incerto e inseguro. Salve-se quem puder ! Estudar para quê ? Fazer Faculdade para quê ? Obrigado pela atenção, por possíveis iniciativas e pela colaboração.


Zenildo Rocha Martins


 
 
 
 
Drauzio Varella acusa Igreja de "crime"

Drauzio Varella acusa a Igreja de crime continuado por ser contra a camisinha (Folha de S. Paulo, 17 mr 07, Ilustrada) O que poderíamos esperar de um médico popstar do Fantástico? Se ele entende de medicina, não o posso dizer, pois não sou médico. Mas sei que a castidade e a fidelidade conjugal são a melhor e mais eficaz prevenção contra a Aids e outras doenças sexuais--desafio qualquer médico a provar o contrário. Prevenção barata, saudável e eficiente, apesar de carola para os moderninhos que só fazem fomentar a expansão da doença em nome da liberdade sexual. Liberdade para a morte, grande liberdade!Grande humanismo! Mostre-me, doutor Varella, uma única marca ou exemplar de preservativo, que o senhor garanta não se romper durante o ato sexual e basta para que eu aceite os seus argumentos. Nem vou entrar nem no mérito de se o vírus da Aids tem a possibilidade de passar ou não pelos poros do látex de que é feita a camisinha. No mais, criticas a Igreja de ingerência: se o governo pode ditar normas de conduta sexual para as famílias, lançando cardilhas que ensinam a prática sexual a crianças, por que a Igreja não pode exortar à castidade e ao sexo responsável? Da sua democracia e de seu humanismo quero distância, pop doc!

 

Lincoln Meireles Tomaz

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