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Cartas do dia 29.08.2006

Fantástico: exagerando no conteúdo ruim
enviada em 29/08/2006

Quem acompanha o MSM e as aulas do prof. Olavo de Carvalho teve a chance de assistir, no último Fantástico, praticamente todo o repertório da Revolução Cultural, didaticamente mastigado por sociólogos e cientistas políticos, com efeitos visuais e sonoros da estética "mano". A montagem do programa, uma inocente revista eletrônica para encerrar o domingo, seguiu o sistema de dobradinhas: matérias semelhantes agrupadas de duas em duas, provocando, conforme o caso, um nivelamento ou um deslizamento imperceptível entre dois conteúdos distintos.

Assim, o caso hediondo da menina austríaca aprisionada por oito anos por um psicopata, é seguido pelo erro judicial de mandar prender (e logo soltar, verificado o engano) um garoto de 5 anos. Foi a chance de nivelar a polícia brasileira com o tarado austríaco, sob o mesmo rótulo "histórias absurdas".

A pesquisa que mostra que "o índice de preconceito do brasileiro contra homossexuais diminuiu" é seguida da matéria sobre depilação masculina. Uma variante desse 2 em 1 é o condensamento de temas muito diferentes num só imbroglio, como na matéria que compara o sistema partidário à festa folclórica do Boi de Parintins, modelo de organização e fidelidade: “O Brasil vive momentos naquele instante de orgasmo coletivo, completamente diferente do ‘chinfrin’, do cinzento que é a política. Começa na linguagem, vossa excelência para cá, vossa excelência para lá”, avalia o psicanalista, Jacob Pinheiro Goldberg. E o cientista político da UnB Octaciano Nogueira decreta que "isso é o que se poderia chamar de lixo da democracia. É preciso varrer esse lixo”.

A aula de democracia continua no programete "Minha Periferia", com Regina Casé em Moçambique: "Artistas, musica, festa - tudo veio da periferia. Acho que já ouvi essa historia antes"(...) "onde existe riqueza cercada e concentrada, nao tem erro - ali está a pobreza." Vestida com um pano que trazia o nome de todas as periferias, Casé "socraticamente" leva uma moradora pobre a concluir, conduzida por ela, que aquele pano é um tipo de protesto - e é notável o prazer sádico com que ela debocha dos ricos que têm conforto mas dormem intranqüilos, temendo uma invasão dos pobres.

Para completar, na minissérie "Poeira das Estrelas" o físico Marcelo Gleiser atribui a Aristóteles a invenção do sistema geocêntrico (ptolomaico), engano que só perdurou dois mil anos porque "a igreja constituiu um poder sem precedentes na história". Mas no Renascimento "a inquietação retornou", "alguns pensadores começaram a questionar o modelo de universo proposto por Aristóteles que dizia que a Terra era o centro de tudo. A situação era bastante explosiva". Depois de reduzir a ciência a poeira, Gleiser deposita uma flor amarela no túmulo de Galileu (errou a cor ou estava com o PSOL na cabeça?).

Anda assim o Fantástico. Inassistível como sempre, mas quem quiser conferir o grau de doutrinação a que chegou, o link é http://fantastico.globo.com/Jornalismo/Fantastico/0,,4005-p-27082006-1,00.html.
João Spacca

Terrorismo ortográfico e comédia involuntária
enviada em 29/08/2006

Há algum tempo que as cartas que são enviadas ao MSM tem sido a melhor parte do site. Nenhum artigo até hoje evidenciou mais o estado deplorável de dominação do apedeutismo no Brasil do que as manifestações de leitores contrários ao MSM. Este último Sr. Mário Rangel conseguiu a proeza de cometer uns vinte erros ortográficos ("ignorânte", "flamante"...) ao mesmo tempo que se declara doutorando na UFRGS. Eu no lugar de vocês contrataria Mário Rangel para ter uma coluna semanal no MSM. Exemplo maior de como deturpar os fatos com baldes de estupidez em favor da "esquerda" até hoje não encontrei melhor.
Victor Grinbaum

Ameaça de processo
enviada em 29/08/2006

Semana passada fui ameaçado de processo por escrever um artigo sobre a Hostmídia e agora escrevi um novo post sobre o ocorrido. Gostaria de espaço para parar com esse tipo de ação contra as mídias alternativas.Link: http://www.doufer.com.br/2006/08/29/hostmidia2
Douglas Negreiros

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