Blogia
cartasmidiasemmascara

Carta do dia 19.07.2006

Artigo de Gerson Faria

É até interessante ver um site "de direita". Seria uma excelente leitura se não caísse no mesmo erro de muitos discursos "de esquerda": muitas frases de efeito e distorção de fatos para melhorar argumentos. O artigo de Gerson Faria é ridículo ao citar um estudo isolado como "descobertas do mundo real", e ignorando o consenso da comunidade científica (uma rápida pesquisa confirma isso), como se fosse simples "tática do medo". De fato, "consenso" não quer dizer prova, mas merece no mínimo respeito. A estratégia de quem argumenta assim é péssima. É um tiro que sai pela culatra, já que só faz com que o site perca a credibilidade.
Bernardo Tonasse

Caro leitor,
O senhor afirma que o artigo é ridículo ao citar um estudo isolado como "descobertas do mundo real". Diferentemente do debate político onde a retórica seria suficiente para se convencer um público específico, as pesquisas em ciências físicas normalmente devem mesmo ser isoladas das demais variáveis do ambiente social e mesmo científico. Se apenas um pesquisador descobrir um fato, isso não impugna sua pesquisa e normalmente é assim que se dão as descobertas. Felizmente, a democracia pertence a outra esfera da realidade.O artigo de Zwally e outros deveria entrar para o debate pois mostra que, devido à taxa de descongelamento dos polos não há a menor probabilidade de aumento relevante nos níveis dos mares, não havendo motivo de terror pânico. Alguém discordou cientificamente desses resultados?
Já para leitores como o senhor, cujo respeito ao consenso é norma, há literatura de sobra.

Gerson Faria

1 comentario

Bernardo Tonasse -

Caro Gerson,

Com certeza vc é mais inteligente do que sua resposta faz parecer. Não estou tirando a validade do estudo, basta ler com atenção o meu comentário. Respeitar o consenso não é adotá-lo acriticamente. No meu texto, não há uma palavra que denuncie que posição eu tomei na polêmica. Apenas critiquei a sua adoção como verdade universal de um estudo isolado, como se ele valesse mais que todos os outros.