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Cartas do dia 16.09.2005

E se fosse eu?

Se eu tivesse recebido 4 milhões de reais, será que não tinha de falar de onde veio o dinheiro?
Será que não tinha de pagar imposto?
Será que não tinha de justificar para a Receita Federal?
Onde está o Ministério Público que não se movimenta ao ver um grande sonegador, que já não é mais deputado, pegando em tanta grana sem dar satisfações a ninguém?
Se fosse comigo que sou pobre, já estava preso?

Cadê a Lei?

Daniel Fernando Ribeiro César

 

Falácias econômicas

Gostaria de parabenizar Lucas Mendes por seu artigo "Falácias Econômicas", em 13/09/05, porém colocar minha opinião a respeito de um tópico: não acho que retirar o pagamento da assinatura da linha telefônica e aumentar compensatoriamente o preço da ligação dê no final a mesma coisa. Seria simplesmente mais justo. Cada um paga o que usa. Dizem os americanos, "you get what you pay for".  Poderia ser dito assim: "you pay for what you get". Linha telefônica já não é patrimônio há algum tempo, portanto não cabe uma taxa que equivale quase a um imposto sobre patrimônio, pois paga-se apenas por ter.

Humberto Duarte

 

Dúvidas sobre artigo de Peter Hof

Olá,

Estou pesquisando sobre o estatuto do desarmamento e li um dos artigos do Mídia Sem Máscara, por Peter Hof, Desarmamento: abrindo uma caixa preta. Tive algumas dúvidas ao ler o artigo e seria muito grata se o autor pudesse me esclarecê-las.

Foi feita uma estatística sobre os tipos de mortes, mas nos dados de morte por Assalto e Invasão de Domicílio, não se falou nado sobre a relação entre essas mortes e a reação, com armas, desses cidadãos mortos. Gostaria de saber se não há o aumento de mortes, nesses casos, quando a vítima está também armada.

E gostaria de saber também se o roubo de armas legalizadas, ou seja, desses cidadãos vitimizados, não contribui para o aumento da violência.

Será que o fato de se permitir o porte de arma não facilita o cidadão marginalizado a se voltar para o crime?

Muito obrigada pela atenção e aguardo ansiosamente a resposta!

Amanda Wanis

Prezada Amanda,

 

Em primeiro lugar obrigado por escrever buscando esclarecer suas dúvidas. Para nós que defendemos o direito (ou o dever, melhor dizendo) à autodefesa é sempre bom esclarecer dúvidas dos cidadãos, intoxicados pela mídia, em especial o jornal e a TV Globo.

Mas vamos as suas perguntas:

A pesquisa a que a senhora se refere e que estou realizando encontra-se hoje no dia 178 de um total de 183 dias (seis meses). Até agora houve 10 invasões de domicílios noticiados pelo jornal O Dia, fonte de minha pesquisa. Isto significa 1,5% do total de casos noticiados. Pesquisei meu arquivo de recortes e em nenhum dos casos houve reação das vítimas. O único casa de reação ocorreu anteontem quando um PM teve sua casa invadida, reagiu e matou o assaltante.

 

A senhora observou que o número de pessoas que evitaram assaltos em suas casa nunca é noticiado pela chamada grande imprensa? E a senhora sabe os motivos? Por duas razões: primeiro porque os antiarmas escondem qualquer estatística que lhes seja desfavorável. Para saber quantos homicídios poderiam ser evitados pelo Estatuto do Desarmamento (apenas, repito, apenas 3,4%) eu precisei usar minha experiência de 10 anos de pesquisa para chegar ao número. Isto depois de escrever para jornais, vários congressistas, ONGs e deles jamais obter uma palavra esclarecedora. A razão é muito clara após quase seis meses de pesquisa: os números são amplamente desfavoráveis à causa dos antiarmas! A segunda razão é também muito simples: hoje ter uma arma de fogo em casa é quase que motivo de condenação à fogueira. Ninguém é bobo o suficiente para dizer que botou um ladrão a correr com uma arma. O pobre cidadão pode acabar na cadeia pelo crime de autodefesa...

 

Quanto à contribuição das armas roubadas de cidadãos honestos eu não tenho um número confiável, mas pelas notícias e fotos em jornais o que vejo (vide o jornal O Dia de 16/9/2005) são bandidos portando armas calibre 9 mm., 40SW e fuzis de assalto FAL, HK, AR-15, MAC Cobray, UZI. E todas essas armas não são vendidas para civis. Bandido não que mais revólver calibre .38, a turma gosta mesmo é de arma bonita e sofisticada.

 

Se isto for motivo para se proibir armas o que a senhora me diz do seguinte fato: 100% dos carros usados em assaltos, roubos e execuções são veículos roubados. Seguindo a lógica dos antiarmas não seria o caso de se proibir a venda e uso de automóveis? O problema dos assaltos estaria assim resolvido?

 

Com relação ao porte de arma é preciso esclarecer que o bandido vai portar armas sem porte. Porte, arma registrada e todos trâmites legais é preocupação do cidadão honesto. Bandido tem arma e munição vindas do Paraguai à vontade. Eu pessoalmente sou contra o porte de armas a não ser em viagens. O que eu defendo é do direito de evitar que sua casa seja invadida, pessoas humilhadas, mulheres estupradas, sem direito à defesa. Lembre-se daquela máxima: Numa emergência mais vale uma arma na mão do que um polícia ao telefone.

 

Espero ter esclarecido suas dúvidas.

Cordialmente,

Peter Hof

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