Carta do dia 26.08.2005
Além do que foi colocado acerca da relação contraditória entre o Catolicismo (e em geral o Cristianismo) e o desarmamento, convém ainda lembrar aquilo que Santo Agostinho tanto frisa em seu livro Do Livre-Arbítrio: o mal não está nas coisas, e sim na ação humana sobre as coisas.
É dependente da liberdade humana, essa sendo dote divino, a direção que volvemos nosso agir ao mal ou ao bem (ao Sumo Bem, como fim). Logo, a coisa, o revólver, em si, não possui nenhuma caracterização moral, ela não pode ser má nem boa, mas o uso que fazemos dela. Afirma ainda que um médico pode fazer bom uso do próprio fogo, enquanto que um envenenador pode fazer mau uso até do pão.
É realmente decepcionante ver bispos, que deveriam ter lido Agostinho (e mesmo Sto. Tomás), conclamarem os cidadãos em geral a se posicionarem a favor do desarmamento. Será que não se iluminam diante do fato de que não será o revólver o autor do mal?
Ulisses Papa
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