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Cartas do dia 15.08.2005

João Mauad e Bancos


Caro Sr. Mauad.

Sou um leitor assíduo do MSM e de suas colunas, porém, fiquei um tanto quanto estupefato com sua visão acerca dos bancos no Brasil, na matéria VOCAÇÃO PARA O FRACASSO a saber:

"A justiça é tão lenta que acaba incentivando o "calote".   Já vi de tudo a esse respeito, desde empréstimos bancários não honrados onde o devedor, como por um passe de mágica, transformou-se em credor...."

Coroou-se tal defesa dos bancos com a pérola:"Os bancos não costumam ter a menor chance contra os mutuários  inadimplentes...."

Sou anti-comunista, não tolero partidos de esquerda - TODOS ELES- , são um atrtaso para o país e para o mundo, porém, pintar os bancos como vítimas ai é demais! Notadamente quando todos sabemos - até V.S. - que eles lucram de forma avassaladora - NÃO HÁ PECADO NISSO - mas, com as bençãos do governo petista e aqueles que ousam enfrentá-los, o fazem contra a capitalização dos juros que já são absivos, em todos os contratos - o que é ilegal, exceto cédulas de crédito - e contra o spread abusivo.

Está na hora, sim de lutarmos contra este  câncer que mina as forças produtivas do país mas, daí colocar os bancos como virgens inocentes daqueles que ousam discutir contratos em juízo aí é demais.

Rodolfo Hazelman

Prezado Rodolfo, 

Sua opinião sobre os bancos não é muito diferente da maioria dos brasileiros.  Isso não ocorre por acaso.  Durante muitos anos, a propaganda anti-capitalista elegeu o sistema bancário como o grande algoz da nação, responsável por um sem número de mazelas.

Essa imagem, criada com esmero e competência pela esquerda, imputa aos banqueiros, por exemplo, toda a culpa pela extorsiva taxa de juros do país, enquanto o verdadeiro culpado continua sendo cultuado pela população (caso você tenha interesse, sugiro que leia um outro artigo meu, disponível no arquivo deste site: O que se vê e o que não se vê - http://www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=2463).

A cada seis meses, os lucros dos grandes bancos são divulgados pela mídia com uma conotação nada lisonjeira.  Note que os números são publicados sempre com ênfase nos seus valores nominais, obviamente grandes, em se tratando de instituições do porte de um Itaú ou Bradesco.  O que as notícias normalmente escondem é que a relação entre os lucros e o patrimônio (o índice que realmente importa) raramente é comentado.  Acredite, meu caro, os lucros do setor bancário no Brasil estão longe de serem “imorais” como se costuma taxá-los.

Só para que você tenha uma idéia, em 2003 a lucratividade média dos bancos brasileiros ficou bem abaixo da rentabilidade líquida dos títulos públicos de renda fixa no mesmo período.  Isso não impediu, entretanto, que os números publicados merecessem grande estardalhaço na mídia.

Sobre as questões judiciais, minha intenção foi mostrar que hoje no Brasil os julgamentos são pautados não na análise dos fatos de do direito, mas no poder aquisitivo das partes. É a instituição judiciária utilizada para fazer “justiça social”, em total afronta ao Estado de Direito. Isso para mim é absurdo.  Acho que os contratos existem para ser honrados, a menos que uma das partes seja incapaz.  Ainda confio no velho ditado:  “o combinado não é caro nem barato e deve ser cumprido”.  

Não é porque os bancos são ricos que a justiça deve puni-los. (sobre esse tema, o amigo encontrará uma opinião mais ampla no artigo “Estado de Direito e Justiça Social”,  também disponível no arquivo do MSM - http://www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=3359).

Um Abraço

João Luiz Mauad
 
 
 
 
Repilo suposições


Sr. Percival Puggina:

Gostei muito do texto sobre os dons divinatórios do Lula, mas não seria melhor escrever algo assim: Antes do galo (Lula) cantar ele (o povo) foi traído muito mais de três vezes? Agora o galo não canta mais! Tá mais prá galinha!

Walter Franca

  
 
Agricultura

Vemos um ano horrível para a agricultura e ao mesmo tempo um descaso por nossa profissão. Investimos todo ano, buscamos recursos e depois somos tachados de exploradores.

Fico cada dia mais triste, pois se nossas terras estivessem de posse dos sem terra, passariamos fome

Valentino Menegatti Junior

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