Carta do dia 11.07.2005

Texto de João Mauad

Gostaria de parabenizar o Sr. João Mauad pelo texto em referência e ao mesmo tempo dizer que não se deve esquecer de somar ao absurdo da medida estatal, os próprios argumentos utilizados para a sua outorga.

1 - O medicamento tinha o preço fixado pelo dono legal da patente de U$1,17.

2 - O motivo de "interesse público".

Começando pelo segundo item. Não me consta que a AIDS seja uma doença que tenha se tornado caso de saúde pública neste País, como aliás não é em nenhum outro lugar no planeta, com exceção de alguns países africanos.

A respeito do preço legal: Se o motivo alegado é REAL devemos então presumir que não existe nenhum medicamento à venda neste País, que tenha número de usuários maior do que os pacientes de AIDS e que custe mais do que U$1,17 a unidade? Ou melhor, devo presumir que o Ministério da Saúde não esteja pagando neste mesmo momento, nada além de U$1,16 na aquisição de medicamento algum?

Ora, um medicamento que custe U$ 1,17 o comprimido, uma caixa com 2 cartelas de 10 comprimidos cada, sairia por meros R$ 56,16 (utilizando-se o dólar a 1,40 Reais), o que está muito longe de ser aquilo que muitas pessoas gastam para se medicar. Pessoas estas que se somadas dariam muitas vezes os número de aidéticos registrados pelo Ministério da Saúde.

Eu queria saber o que o governo diz (se é que diz alguma coisa) às pessoas que são  obrigadas a pagar R$ 600,00 ou até R$1.000,00 em uma caixa de medicamento para alzheimer, artrite, cancer e muitas outras doenças.

A bem da verdade....Quem dera que o medicamento mais caro neste país custasse U$1,17 a unidade....!!!!

Em vista aos últimos acontecimentos sobre a máfia petista instalada no País, fico até em dúvida se esse não seria um caso de alguma propina para o partido, que deveria ter rolado e não rolou, provocando a represália estatal via quebra de patente.... Porque, sem dúvida, as explicações oficiais dadas passam a quilômetros de distancia do factível....

Eduardo Paiva